Está a pensar fazer um teste de estanqueidade e não sabe qual o método mais adequado para o seu caso específico? Saiba que o sucesso deste tipo de teste não depende apenas da diligência de quem o executa, mas acima de tudo da seleção do método ideal.
Para o ajudar a decidir, siga esta checklist e estará pronto para realizar devidamente o ensaio, obtendo resultados precisos, fiáveis e repetitivos.
(Nota: nunca deve ser especificada uma fuga igual a zero)
Antes de iniciar o teste, o utilizador ou inspetor precisa saber qual é a taxa de fuga máxima admissível para o objeto de ensaio, bem como para qual diferença de pressão e para que meio essa peça foi especificada.
O nível de estanqueidade depende da aplicação do produto. Para tal, é necessário verificar qual o grau de exigência do mesmo para se determinar a taxa de fuga admissível de forma a garantir que o componente permite a manutenção de um determinado fluído sem apresentar uma fuga ou vazamento que coloque em causa o desempenho da função do mesmo. Note-se que, por exemplo, um equipamento que apresenta uma taxa de fuga aceitável para conter água, pode não ser útil para conter um gás. Isto deve-se à diferença de tamanho das moléculas e à diferença de viscosidade entre as substâncias.
Existe a possibilidade de quantificar uma ou várias fugas numa peça, determinando se o resultado é aceitável ou não, sem localizar a(s) mesma(s). A isto chama-se teste de estanqueidade integral, onde se procura medir a taxa de fuga total, obtendo-se o somatório das taxas de fuga do objeto de ensaio.
Se, por outro lado, além de medir o valor da fuga, se pretender conhecer a localização exata da mesma, então deve proceder-se a um ensaio distinto. Este tipo de teste aplica-se, por exemplo, em casos onde existe perigo de contaminar o meio ambiente ou quando, economicamente, compensa reparar a peça em caso de deteção de fuga, sendo para isso necessário saber onde se encontra.
Esta parece, à primeira vista, uma questão óbvia, mas que é muitas vezes descurada devido à falta de conhecimento das condições de trabalho da peça de teste. Para ser mais fácil compreender o que é isto do "sentido do teste de estanqueidade", encontram-se abaixo dois exemplos que explicam perfeitamente o conceito.
Se se pretender testar um depósito de óleo, o seu objetivo é que o óleo permaneça no interior do depósito e não vaze para o exterior. Então, estamos perante um cenário de teste de uma peça em que, na sua função normal, a pressão no interior será superior à pressão atmosférica, pelo que se deve proceder à sua pressurização.
Por outro lado, se o objectivo for testar, por exemplo, o corpo de uma câmara de vigilância, o seu objetivo é precisamente o contrário – pretende-se que não entre qualquer fluído do exterior para o interior da peça. Desta forma, a peça deve ser submetida a um teste de despressurização (ou vácuo), para ser ensaiada em condições extremas, ultrapassando a exigência das condições normais de funcionamento (intempérie ambiental).
Os exemplos acima não restringem por si só o sentido dos teste de estanqueidade dado que, muitas vezes, os produtos têm de estar conformes com determinadas normas que identificam desde logo o sentido do teste.
O volume da peça de teste é uma propriedade importante para obter resultados fiáveis. Um determinado valor de fuga numa peça de volume inferior tem, à partida, maior relevância do que o mesmo valor numa peça de maior volume. Além disso, os ensaios de estanqueidade que avaliam a variação da pressão por unidade de tempo, usam esta propriedade nos seus cálculos, pelo que é imprescindível conhecê-la para para que reúna todas as condições que precisa para executar o teste.
A pressão de teste – quando não é determinada pelas próprias normas a que o produto tem de estar conforme – deve ser definida em função das condições de trabalho da peça, mas também de outros factores, tais como a indústria a que se destina, o material de que é feita, ou as circunstâncias de teste, entre outros; só assim se conseguirá reproduzir com maior grau de confiança uma situação real e obter resultados fidedignos. No entanto, é essencial ter presente que a pressão de teste deve ser sempre superior à pressão de trabalho (para o mesmo fluido), nunca desprezando a estabilidade mecânica da peça – para que esta não seja danificada durante o teste – e a segurança.
Para ver diferentes exemplos de pressões de teste aplicadas aos mais variados tipos de peças e os métodos utilizados, consulte o Guia: "A que pressão de teste deve submeter as suas peças" com os casos mais comuns na indústria portuguesa e exemplos práticos.