Estanqueidade Absoluta: Mito ou Realidade?

Publicado por Nuno Soares em 16-11-2017 11:30

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Existem realmente materiais 100% estanques? Esta é uma questão com a qual engenheiros  e responsáveis de qualidade que trabalham nos mais variados tipos de indústria se deparam frequentemente. Por isso dedicamos este post ao tema e, com ele, pretendemos desmistificar o conceito de "estanqueidade absoluta". 

Estanqueidade é a capacidade para conter fluidos sob pressão sem os deixar escapar. Diz-se que um volume é estanque quando não se deteta nenhuma passagem de gases ou líquidos através da sua envolvente, tanto de dentro para fora como o contrário. No entanto, este é um conceito meramente qualitativo e nem sempre o mais correto. De facto não existe nenhum material 100% estanque, todos são permeáveis até certo ponto e não existe nenhum processo de soldadura e de vedação que garanta estanqueidade absoluta. 

Partindo deste princípio, como é que determinamos se um componente é estanque ou não?

Dependendo da aplicação, a fuga deve ser tão reduzida quanto necessário e deve ser descrita quantitativamente por uma taxa de fuga ou fuga admissível. Isto é, deve ser dada por uma perda máxima admissível durante um determinado período de tempo. Desta forma, quando os volumes são sujeitos a ensaios, se o fluxo de fuga for inferior ao valor tolerado, a peça satisfaz a especificação de estanqueidade, se por outro lado, for superior, a peça não cumpre os critérios de aceitação e pode/deve ser rejeitada.

"Fuga nula" ou "ausência de fugas" já não são conceitos aceitáveis na indústria moderna e não representam uma base adequada em testes de validação de peças. Deve-se antes falar em "taxa de fuga inferior a...", partindo do princípio que a fuga está lá mas apresenta um valor aceitável, a ponto de não afetar o bom funcionamento da peça submetida a testes. 

Agora que já sabe que não é viável procurar uma fuga nula, falta saber que fuga deve procurar nas suas peças para que estas passem nos testes de qualidade. Preparei mais de 200 exemplos práticos onde poderá encontrar as taxas de fuga admissíveis por peça mais comuns na indústria e que pressão de teste deve aplicar no seu caso concreto. 

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Tópicos: Testes de Estanquidade e Caudal

Nuno Soares

Publicado por Nuno Soares

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